sábado, 29 de agosto de 2009

O poder da educação


Cada vez mais os pais estão transferindo a função de educar para as escolas
Essa função, primeiramente pertence à família, primeiro grupo à qual pertencemos.
No seio familiar que moldamos o nosso carácter,ensinemos com sabedoria;Explique o porquê das coisas,não existe ,nada pior para uma criança que ouvir:É assim e pronto,seja mais humano e menos autoritário.Autoridade não é sinônimo de autoritário
não, nunca, subestime a inteligência de seus pequenos...pois eles também são seres em evolução...


Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar.

O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado.

Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa.

Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.

A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada.

Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou- com destreza trucidando- rapidamente.

A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito.

Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão.

Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.

O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco.

No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu.

Logo ergueu-se e se pôs a brincar.

Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco.

Então, e somente então, Licurgo falou; "senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães.”

A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação."

E prosseguiu vivamente o seu discurso dizendo das excelências do processo educativo.

"A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo."

Eduquemos nosso filho, "esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores."


Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no século quarto antes de Cristo?

o verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro?

Percebe-se portanto, que a educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança de bela e perfumada flor.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Depois da morte, cap. LIV.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jóias devolvidas



Umas das maiores dificuldades do ser humano é aprender a superar a dor da perda...

Narra antiga lenda árabe, que um Rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o Rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o Rabi retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. A esposa lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

Ela, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!

O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o Rabi respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.

Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.

O Rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

* * *

Os filhos são quais jóias preciosas que o Criador nos confia a fim de que os ajudemos a burilar-se.

Não percamos a oportunidade de auxiliá-los no cultivo das mais nobres virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-los a Deus, que possam estar ainda mais belos e mais valiosos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Jóias devolvidas do livro
Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti

rascunho 15:42:00 de

sábado, 11 de julho de 2009

Calil,o Ateu ( trechos do livro as almas rebeldes de Gibran Khalil)


Xeque Abbas era, entre os habitantes daquela aldeia isolada no Norte do Líbano,como um príncipe entre os plebeus.E seu palácio erguia-se no meio de suas cabanas como o gigante no meio dos pigmeus.Vivia na abundância,e eles na necessidade.Representava a forca,e eles a fraqueza.
Mas a submissão desses humildes não vinha somente de sua fraqueza.Vinha sobretudo de sua pobreza.Precisavam de Xeque Abbas,a quem pertenciam os campos que lavravam e as cabanas em que habitavam.Ele o havia herdado de seu pai e avô,como os camponeses haviam herdado,dos seus próprios pais penúria e aflicão.
Numa noite particulamente rigorosa de inverno ,sob uma tempestade de neve,um moço de 22anos tentava subir o caminho que leva ao mosteiro de Santo Isaías à aldeia de Xeque Abbas.O frio gelava suas articulações,a fome esgotava suas forças,os ventos impediam-no de avançar. Enfim,vencido pelos elementos,lançou um grito de angústia e caiu.
Numa cabana vizinha,viviam uma viúva, Rachel Rahmi,e sua filha Miriam,de 18 anos.
Ouviram o apelo deseperado do jovem,e sairam para socorrê-lo.Encontraram seu corpo jogado sobre a neve, como um farrapo de tecido preto sobre um vestidode esplêndia
brancura.Quando o tinham carregado para perto da lareira,o jovem abriu os olhos e resmungou quase inaudivamente" A campaixão vencerá ,porque é divina;e os terrores desta noite de se desvanecerão com a chegada do dia".
Perguntou Rachel: "Como ousaste meu,irmão,deixar o mosteiro numa noite destas ,em
que os próprios lobos se refugiam nas grutas?". O jovem suspirou profundamente e disse:" Fui expulso do mosteiro".Retrucou Raquel com supresa:"Expulso?"
O jovem temeu que esta revelação transformasse os sentimentos das duas mulheres, e explicou:-Sim,fui expulso porque meu coração se cansou da mentira e da hipocrisia.Porque minha alma não podia mais gozar os bens dos pobres e infelizes,vítimas de sua própria ignorância.Fui expulso,porque meu corpo não encontrava repouso nos apartamentos amplos,construídos por aqueles que moram nos casebres.Fui expulso, porque repeti ao ouvido dos monges os dizeres do livro que os fez monges." Um dia, a alma embriagada por uma inspiração divina,levantei-me entre os monges e disse-lhes' por que passais os dias na preguiça,comendo um pão amassado com o suor e as lágrimas dos pobres?Jesus o nazareno enviou-vos como ovelhas entre os lobos;que outro ensinamento permite-vos viver como lobo entre as ovelhas?Como fazeis o voto da pobreza e viver na opulência, e fazeis o voto da obediência e vos rebelais contra o evangelho,e fazeis o voto da castidadee vossas almas estão repletas de concupiscência? Fingis que matais vossos corpos,mas só matais, na realidade,vossas almas'." A primeira vez,fui encarcerado e ameaçado.
"Mas hoje,quando a tempestade se tornou particulamente violenta,levantei-me de novo e li os seguintes dizeres do evangelho de São João:' Vendo ele,porem,que muitos farizeus e saduceus vinham ao batismo,disse-lhes: ' Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da era vindoura?produzi,antes fruto digno de arrependimento.E não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abrahão,porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode fazer nascer filhos a Abrahão.Já está posto o machado à raiz das árvores; Toda árvore,pois,que não produz bom fruto ,será cortada e lançada ao fogo'. Então as multidões o interrogaram,dizendo:' Que havemos,pois,de fazer?' Respondeu-lhes: 'Quem tiver duas tunicas,reparta com quem não tem;e quem tiver comida,faça o mesmo'.
"Acrescentei: ' Devolvei,pois,os campos e os vinhedos e os tesouros deste mosteiro aos pobres habitantes destas aldeias e espalhai-vos por toda parte,pos isto é mais meritório que prece e devoção."
Mal tinha acabado de falar,chamaram o superior que,rubro de raiva,ordenou:" Apoderem- se deste rebelde perigoso e levem-no para longe do mosteiro e deixem os elementos em fúria ensinar-lhe a obediência. E se voltar e fingir arrependimento
não o recebam,pois a serpente engaiolada não vira pomba, e o espinheiro plantado no vinhedo não produz figos.".
Suspirou Calil novamente e disse:" Foi assim que me expulsaram do mosteiro".
Refletiu Raquel: " A neve e as tempestades matam as flores,mas nada podem contra as sementes"......."

sábado, 4 de julho de 2009

Mais um selinho


Pois é, Fui agraciada com mais um selinho, mais um vez, pela Natália que é uma garota muito bacana e generosa!.

Obrigada Nati!.
É tô divulgando com zilhões de atraso,é falta de paciência para postar ,aliás uma das coisas ,as quais tenho que trabalhar em mim: A paciência um dia chego lá..

O selo consiste em dizer 08 coisas para fazer antes de morrer é curioso que já tinha postado ,isso aqui , mais eram 10 coisas..

Vamos lá:
  • Fazer minha faculdade de História(ainda que velhinha e decrépita o importante é estar lúcida)
  • Aprender a dirigir ( que vergonha trabalho na área do trânsito e nem tenho habilitação)
  • Aprender a nadar( que banalidade! também, não sei)
  • Terminar essa obra de igreja que é a minha casa.
  • Dedicar mais ao próximo ( Quando cuidamos do próximo tiramos o foco de nós mesmos)
  • Conseguir criar minha filha( Passando bons valores ter a convicção de que ajudei a colocar um ser humano legal, neste planeta louco e lindo!)
  • Plantar uma árvore
  • Ter minha agricultura de subsistência
Agorá os indicados:

Dani antunes pelo novo blog
Cintia " Nas asas da borboleta no mistério do sem fim...
Malbergarias também pelo blog que é fofo
Flávia Garcia Reis
Cintia Salomão castro -Atomistas 2012 blog de poesia
Saindo da matrix -acid
Experimentando versos
Blog mulheres ( autoras diversas)

Segue as regrinhas: -A pessoa selecionada deve fazer uma lista com oito coisas que gostaria de fazer antes de morrer. -É necessário que se faça uma postagem relacionando estas oito coisas e é necessário que a pessoa explique as regras do jogo. -Ao finalizar, devemos convidar oito parceiros de blogs. -Deixar um comentário para quem nos convidou.

Realmente,
nati o cara estava afim de divulgar o blog rs rs rs!


domingo, 14 de junho de 2009

Faz de conta


Recentemente uma professora, que veio da Polônia para o Brasil ainda muito jovem, proferia uma palestra e, com muita lucidez trazia pontos importantes para reflexão dos ouvintes.

Já vivi o bastante para presenciar três períodos distintos no comportamento das pessoas, dizia ela.

O primeiro momento eu vivi na infância, quando aprendi de meus pais que era preciso ser. Ser honesta, ser educada, ser digna, ser respeitosa, ser amiga, ser leal.

Algumas décadas mais tarde, fui testemunha da fase do ter. Era preciso ter. Ter boa aparência, ter dinheiro, ter status, ter coisas, ter e ter...

Na atualidade, estou presenciando a fase do faz de conta.

Analisando sob esse ponto de vista, chegaremos à conclusão que a professora tem razão.

Hoje, as pessoas fazem de conta e está tudo bem.

Pais fazem de conta que educam, professores fazem de conta que ensinam, alunos fazem de conta que aprendem.

Profissionais fazem de conta que são competentes, governantes fazem de conta que se preocupam com o povo e o povo faz de conta que acredita.

Pessoas fazem de conta que são honestas, líderes religiosos se passam por representantes de Deus, e fiéis fazem de conta que têm fé.

Doentes fazem de conta que têm saúde, criminosos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que é imparcial.

Traficantes se passam por cidadãos de bem e consumidores de drogas fazem de conta que não contribuem com esse mercado do crime.

Pais fazem de conta que não sabem que seus filhos usam drogas, que se prostituem, que estão se matando aos poucos, e os filhos fazem de conta que não sabem que os pais sabem.

Corruptos se fazem passar por idealistas e terroristas fazem de conta que são justiceiros...

E a maioria da população faz de conta que está tudo bem...

Mas uma coisa é certa: não podemos fazer de conta quando nos olhamos no espelho da própria consciência.

Podemos até arranjar desculpas para explicar nosso faz de conta, mas não justificamos.

Importante salientar, todavia, que essa representação no dia-a-dia, esse faz de conta, causa prejuízos para aqueles que lançam mão desse tipo de comportamento.

A pessoa que age assim termina confundindo a si mesma e caindo num vazio, pois nem ela mesma sabe quem é, de fato, e acaba se traindo em algum momento.

E isso é extremamente cansativo e desgastante.

Raras pessoas são realmente autênticas.

Por isso elas se destacam nos ambientes em que se movimentam.

São aquelas que não representam, apenas são o que são, sem fazer de conta.

São profissionais éticos e competentes, amigos leais, pais zelosos na educação dos filhos, políticos honestos, religiosos fiéis aos ensinos que ministram.

São, enfim, pessoas especiais, descomplicadas, de atitudes simples, mas coerentes e, acima de tudo, fiéis consigo mesmas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009


Oiiiii!!!! Por incrível que pareça fui indicada pela fofissíma Natália, do blog" É difícil aprisionar os que tem asas"a receber um selo e como, sou praticamente,uma Samurai isto é, dou valor a honra ,a tradição e sigo as regras rs.rs.rs.

e lá vamos nós( parafraseando a bruxinha do pica-pau) rs. rs. rs..Então agradeço a Natália por essa gentileza ! afinal sou uma blogueira iniciante e realmente fui pega de surpresa! bjs nati


Agorá minhas principais características:
1- Ranzinza ( infelizmente é duro reconhecer,mas desde os 07 anos de idade)
2-Sensível ao extremo( não sei sei se é virtude ou defeito ), qualquer coisa deixa-me chateada.por ex.: Certas atitudes,não levantar para idosos em coletivo,ou simplesmente passam a ignorar-me como invisível o fosse.
3-uma certa agressividade ,pois sou ariana rs rs rs
4-generosa
5-honesta até meus últimos fios de cabelos brancos( embora use henna) rs rsAgorá ,para arrematar,os indicados são: que rufem os tambores..
1 -Cintia pelo blog " Nas asas da borboleta no mistério do sem fim equilibra-se um planeta
"2-Acid " Saindo da Matrix"
3-Religare
4-Flávia garcia reis pelo blog "Roupadodia"
5-"Experimentando versos"
Agorá vou citar as regrinhas para postar o selo:
1º Colocar no ínicio do seu post o nome do blog que te indicou
2ºEscrever uma mensagem de agradecimento ao blogueiro
3ºpostar o selo,
4º abaixo do selo descrever 5 caracteristícas sua,
5º Indicar ao prêmio 5 ou mais blogs para receber o Prêmio ( não vale citar blog que já foi indicado)Ufa fui!!! bjs!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

O lado bom


Conta o diretor de uma agência funerária que em sua profissão tinha visto enterros de todos os tipos, mas nenhum o havia comovido tanto quanto o do velho Hank, o homem mais desprezado da sua região.

Um dia o prefeito comunicou-lhe que o velho Hank morrera, e pediu-lhe para que se encarregasse dos funerais. O enterro não seria muito concorrido, pois havia muita gente que teria satisfação em ver aquele velho sob sete palmos de terra.

Hank vivera, durante muitos anos, numa cabana solitária, tendo por únicos companheiros cinco ou seis cães vadios. Cercara bem o seu terreno e não permitia a entrada de ninguém. Uma vez por semana, vinha à cidade comprar alimentos e embebedar-se, e além de tudo era brigão.

Um por um, os habitantes foram se voltando contra o infeliz, que ficou conhecido como o homem que todos odiavam.

O velho Hank não era religioso, mas de acordo com os costumes, o agente funerário pediu a um pastor que fizesse a cerimônia. "Não vai ser fácil para o senhor", disse-lhe. "não há muito que dizer de bom sobre o velho Hank. Bastará que leia uma página das escrituras e nós o enterramos logo."

O sacerdote, alma generosa, respondeu-lhe dizendo nunca ter conhecido alguém que não tivesse um lado bom.

No dia seguinte, o pastor e o diretor almoçaram juntos no restaurante local. Falaram com a proprietária sobre o velho.

A senhora sabe de alguma coisa boa, a respeito dele? Perguntou o ministro. A mulher, embora surpreendida pela pergunta, respondeu logo com suavidade: "Agora já posso contar o segredo do velho Hank."

E, tirando uma caixa escondida sob o balcão, continuou: "Durante muito anos, o velho comeu aqui, quando fazia a sua visita semanal à cidade. Todas as vezes, deixava comigo algum dinheiro para que eu guardasse a fim de comprar presentes, no Natal, para as crianças pobres."

"Vejam, há quase 40 dólares. Ele sempre completava cinqüenta, no natal."

Naquela tarde o edifício da prefeitura estava cheio de curiosos. O sacerdote pediu para que os alunos da escola em frente fossem dispensados para assistir ao funeral.

Quando as crianças chegaram, o pastor encaminhou-se para o caixão e iniciou o serviço fúnebre. Disse mais ou menos o seguinte: "Hank, aqui viemos para enterrar-te. Há muita gente, mas são bem poucos os que lamentam a tua morte. O caixão está nú, pois ninguém teve o gesto de colher nem mesmo algumas flores silvestres para enfeitá-lo".

"Mas, meu caro Hank, eu jamais enterrei alguém sem uma homenagem de flores e tu não serás o primeiro. Tu tens, afinal de contas, alguns amigos aqui presentes, embora eles nunca te tivessem conhecido".

Voltou-se para as crianças e perguntou quais as que haviam recebido, no Natal, presentes enviados por "um amigo desconhecido". Um murmúrio de surpresa percorreu o auditório quando 21 crianças subiram para perto do caixão.

Disse-lhes, então, o sacerdote, que o velho Hank era o "amigo desconhecido".

Pediu-lhes que se dessem as mãos e fizessem uma roda em volta do caixão.

"Hank, prosseguiu ele, comovido, tu tens de fato alguns amigos aqui, mas eles não conheceram você a tempo de trazer-te flores."

"Em todo caso, formaram aqui uma grinalda das mais belas flores que crescem no jardim de Deus: as crianças, às quais tu proporcionaste momentos de felicidade."


Ninguém é essencialmente mau. Todos os filhos de Deus trazem em sua intimidade a centelha do Amor Divino e a farão brilhar um dia.

(História da Revista Seleções do Rider’s Digest, dez/1948.)