quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jóias devolvidas



Umas das maiores dificuldades do ser humano é aprender a superar a dor da perda...

Narra antiga lenda árabe, que um Rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o Rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o Rabi retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. A esposa lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

Ela, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!

O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o Rabi respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.

Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.

O Rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

* * *

Os filhos são quais jóias preciosas que o Criador nos confia a fim de que os ajudemos a burilar-se.

Não percamos a oportunidade de auxiliá-los no cultivo das mais nobres virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-los a Deus, que possam estar ainda mais belos e mais valiosos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Jóias devolvidas do livro
Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti

rascunho 15:42:00 de

10 comentários:

  1. Oi Ro, tudo bem?
    Vim te fazer uma visitinha e agradecer pelo seu comentario em meu artigo sobre "Mulheres más como as cobras" rssss.
    Seu blog é bem gostoso de ficar aqui lendo por horas e horas..
    Parabens
    Beijos
    sandra cantii

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  2. Aloha Rô, te visitando para conhecer teu espaço e tuas atmosferas.

    "...Ninguém perde o que não possui...." Sábio.

    Muita Luz em sua vida.

    Forte abraço!!
    Aloha!!
    Hod,

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  3. Obrigada Hod,seja bem vindo! muita luz!
    Para você também

    Abraços!
    Rosana

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  4. Oi querida vim fazer uma visita, desculpe a demora, como disse não dou conta de todos...

    Vi amigos por aqui, Hod, Murilo, Sandra.

    Despedir-se não é fácil! Agora se pensamos que o outro está voltando para casa e feliz ascendendo ao seu lugar de direito, fica mais possível! Chora-se, mas a alma fica leve!

    Bjs!

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  5. Oi,Nanda

    Seja bem vinda!

    É Verdade Nanda falou tudo! bjs

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  6. Oi Ro, lindo texto !!! Sempre digo q os filhos são confiados a nós p q possamos transmitir valores e amor, um grande beijo

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  7. Oi,Cintia
    É Verdade a maioria do pais ainda acham que os filhos são suas propriedades!
    bjs

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  8. Aloha querida amiga Rô!!

    Senti-me gratificado com sua presença no Olhar de Carpe Diem, e feliz pelo comentário generoso que lá deixastes...Sae que Dalva Stolf em sua prosa poética tb comoveu-me..porque isso é uma realidade....

    Desejo-lhe um farto e generoso domingo abundantemente abençoad!!!

    Forte abraço amiga e volte lá sempre!!!

    Aloha!!
    Hod.

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  9. Oi Rô, eu novamente pra te desejar um bom final de semana.
    Te agradecer pela visita que me fizeste hoje...bom que gostastes do tema postado!!!
    Amigo estou com saudade de teu proximo post!!

    Bom fica com muitas bençãos!!

    aloha!!
    Hod.

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  10. Ro, sou nova por aqui.
    Vi o texto e ja o conhecia.
    Entendo que o espiritismo nos conforta mais do que qualquer outra religiao.

    Sobre o tema, na vida real nao sucede assim...
    O entendimento vem com o tempo.
    Nunca estamos preparados para esse momento, ainda que seja possivel criar uma nova rotina.
    Outra observacao que eu deixo e que o mais normal e que os filhos percam seus pais e nao que os pais percam seus filhos.

    Ha que pensar que isso faz parte da vida. E algo natural... Todos passam por ai.
    Todos passarao por tal perda e por tal dor.

    No momento em que aceitamos como algo natural, se torna mais facil.

    O vazio que fica... E imensuravel!

    Bssssssssssssssss FE

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